22 de dezembro de 2016

Desprezo


O que te traz de volta, solidão?
Sabes que não é bem-vinda.
Sabes que não lhe tenho apreço,
ou qualquer tipo de gratidão!
Espero que não demore a partir,
a casa esta cheia e bagunçada,
não tenho espaço para ti.
Lamento não te querer aqui,
sei que queres ajudar, agradeço!
Mas não é uma boa hora!
Não quero brigar contigo
só te peço que vá embora,
leva todo esse desalento
e me destitui deste castigo.

                    Diego Ferreira

Tesão


Não é só por prazer que lhe abro as pernas.
É pelo sabor do teu corpo que queima na ponta da minha língua.
E se te chamam cor do pecado, seja o meu.
Aquele o qual vou saborear bem devagar, em cada curva do corpo seu.
E se tu gozas, e teu corpo treme.
Te beijo a boca e logo gemes.
Chama meu nome enquanto meto forte
 me morde até rasgar o peito.
E nessa fonte de deleite que é o teu corpo nu, 
vou exalando desejo, derramando tesão!

                          
                                         Diego Ferreira

Chamas


Para que me trazes o calor,
se em chamas frias aqueço meu coração?
Não sabes que o cinza do meu céu
não combinas com o teu sorriso ensolarado?
Afaste-se de mim, enquanto pode,
pois se ficas aqui só te sirvo pecado.
Nesse meu pobre corpo desalmado
tua chama se fará incolor.
E como devo favores à dor
não me disponho servir-lhe amor!

                                   Luiggi Gabriel

12 de janeiro de 2016

Metade


Vou sorrir quando você se for,
vou chorar quando você for flor
me esfriar quando você for sol
e me aquecer quando for chuva.
Mereço provar do seu pecado,
mereço ser o seu retrato
e quando imagem e semelhança
passearei pelas suas entranhas.
Serei liberdade e privação
serei além de poesia, serei canção
e quando o mar inundar-te
serei de ti a menor parte.
Daqui não vejo calmaria
vou sorrir quando você for flor
E ainda que acredite na dor
serei de ti a melhor parte.

                     Diego Ferreira

Sou Meu


Não me beija
se o teu beijo não é meu
Não se perca
se não se encontra em mim
Não me toca 
se não te pertenço
Não se cale
se não te escuto
Não me olhe
se teus olhos não padecem.
               
                    Diego Ferreira

Maria


Maria não sabia nadar, mergulhou num mar de ilusões.
Maria foi até o fundo desse mar, olhou para todos os lados,
voltou até a superfície, respirou fundo, bateu os braços e nadou.
Maria sobreviveu as ilusões, e hoje, Maria já não se ilude,
ela aprendeu a iludir.

                                         Luigi Gabriel